domingo, 30 de dezembro de 2012

CORONA DEIXE-ME SORRIR . By Mario Dutra and Paulo Nascimento

 
Sorrindo , pensando , falando , gritando
Por alguém  de  algum lugar
Um sonho de vidro numa estrada imensa...
Um lugar que só queira amar .
Um sol que  queima um asfalto  frio .
Final de horizonte pra descansar  .

A mão  estendida um gesto em  perdão .

A fome que passa derruba e não  vê
Que matou você 
Por que ? 

Luar prateado a beira mar
... é  música  solta pelo ar 
Nos livros há  duvida e o por que ...
E a flor que  vai nascer .
Quem sabe das mãos   que a criou  ...
E da terra  que  brotou .
Tudo isso eu   não  sei  dizer .
Por que ?

Eu sei que no   céu  .

Palavras   ...  luzes ...  e  cores .... beleza  ....  natureza

Pedindo , clamando , olhando , cantando

Por alguém  de outro lugar  ...
Um sonho , um sorriso , a estrada eh pequena  .
E nos vamos devagar
A passos largos contra a tempo  ...
Na esperança  de  chegar .
Viola sem corda não  pode  gritar .
E o sol numa noite  não  pode  brilhar .
Tudo isso eu  não   sei dizer  .
Por que ?

Eu sei que no céu

Há luzes ... estrelas ... e  pássaros  .... no azul .







sábado, 29 de dezembro de 2012

Carroussel

Eu  posso  estar voltando pro Rio .
Eu posso estar  dentro do  navio ...
Ou indo pro Japão .
Eu posso estar na Torre Eiffel
Eu posso estar mais  perto do  céu .
Ou dentro do avião 

Que é  só  com você   ... só  com você  ... minha  menina .

Que é  só com você ... só com  você ... minha menina .

Eu posso estar voltando pro   Rio .
Com a mesma energia  de alguém  que partiu ...
Do aeroporto Galeão   .
Eu posso estar  na  Torre Eiffel .
Brincar de  soldado no meu  carroussel  ...
Voltando pro Japão  .



Que é  só com você  ... só com você  ... minha menina .
Que é só com você ... só com você ... minha menina .

Carroussel - QUALIDADE DIGITAL

Suor

Aconteceu
Depois  de  tantas  voltas que o  mundo  deu .
Depois que  eu vivi e  você  viveu .
Novamente vou ti amar

Vem dizer ...

Se toda a energia que  vem de você .
Implode na minha , sabe por que .
Novamente eu vou ti amar .

Vem com essa força cristalina

Esse amor que ficou pelo rastro da razão ...
Com teu sorriso de menina
No suor do corpo há doação

Jamais pensei , depois de tanto tempo .

Derramar sobre teu corpo um sentimento...
Que fica assim ...que fica lá .
Entre tudo que eu sei decor.  
Nas gotas do nosso  suor .

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal 2012 .

Meu  primeiro  Natal  aqui no  meu  país  ,  como  descreve-lo  ?
Ontem  a  noite optei  ,  por  não  ir  a  uma  reunião  familiar ,  uma  vez  que  Natal  é   uma  festinha , da cultura  do  meu  país  ,  muitissimamente  delicadíssima , preferi  não  ir .
Ao  mesmo tempo   ter  que  encarar-me  no  espelho , e  dizer  : - e  ai  meu  brother ,  como é  que vai  rolar  o churrasco ? Melhor  dizendo  um  carreteiro , um  carreteirozinho  bem  na manha  do  ganso , uma  pinguinha , um  cervejinha  e um  soul-music  de  fundo  pra  ilustrar  meu  Natal  apoteótico , né  !


 
Engraçado ,  né  ! Ano  passado  quando  eu estava  lá ,  queria  estar  aqui , e  agora  que  estou  aqui  queria  estar lá  . Que  merdinha , né !
Senti  falta  de  tantas  pessoas , ... tantas  pessoas , ...  da  Cathy  , da Monika  , da Mônica , do meu  amigo  João  Artur , do João  Lauro , da Fátima , da Maya , da Maria Rosa , do Fernando , do  Augusto , do  Cássio ,  de  uma  que  nunca  mais  vi : a Magda Suzana , quando  eu fazia  curso  de  contabilidade  no  colégio  Cruzeiro do  Sul ,  uma paixão   que  nunca   teve  resultado . Da  Nara , do  meu  amigo  Cristiano , do Iijima  , parceiro  de  garrafa , gente  finíssima , do  Brother  do  bar do  Picote  , da Barbara ,  da  Ana  Paula  , outra  paixão   que  nunca  consegui  chegar  perto , a  não   ser  pegar  a  mão  dela . Da  Kumiko  ,  do cachorrinho  que  batizei  de  MOCOTOZINHO  CHAN  ,  da  Chieko  ,  minha  esposa  que  nunca  assumiu  a relação de amor que eu  queria  dar  pra  ela ,   da Glacy  , do  Hospital  de Clínicas , amor  simplesmente  carnal , da  Tânia  que  chamo  de  Preta  e que  ainda  não  escorreu  pelas  dedos das minhas mãos . Senti  muita falta  da  minha  mãe , falta da minha  mãe . Que  amor  grande  que  nos  tínhamos  um  pelo  outro ,  era  mágico entre nós , uma  pessoa  que  amei  em toda  minha  extensão psíquica  na  minha  vida .Como  eu  gostava  da  minha  mãe . E o  engraçado , que  a gente  só  toma consciência   dessas  coisas  depois  que  perde , né ! Senti falta da Haruko , que  amei  de  verdade e que  acabou  uma  relação por  e-mail  . Vivendo  e  tomando  conhecimento  das  coisas sempre . Falta da Yoko  , que  simplesmente  sumia  e  reaparecia  da  noite  pro  dia , e  que colocava-me  sem  controle  , absolutamente ,  sem  controle  algum do  meu instinto  sexual ,  dos meus  impulsos , e , algumas  vezes ,  até ,  sobre  a  minha  razão , senti  falta  dela  hoje . Falta do  meu  amigo  Zé  Carlos  Trevisan ,  fanzão  do  Franck  Sinatra . Nós tomávamos   um  Safrinha Especial  -  nome  que  batizei um  limão do  bar  Três  Coroas , lá  da  rua  Bento  Lisboa ,  bairro  do  Catete , no  Rio  de  Janeiro . Só  tem lá , só tem  lá  mesmo . Nunca  tomei  um  limão  que nem  aquele  em  lugar  algum  do  planeta ,  só  lá mesmo  . Aliás ,  arrumei  até  uma  bronca que  acabou  originando  o  SAMBA  DO  HOLANDÊS  ,  fazer  o  que  né   ?!!!  Do meu  amigo  Henck  , o holandês  ,  agora  é  por  tabela  ... :  -  Henck :  perdoe-me  !  Por  ter  bebido tua  garrafa  de limão  do  seu  Madureira ,  por favor  irmão ,  perdoa eu  por favor , livre-me do peso dessa  cruz e  me perdoa irmão   ???!!
Acho  que  o  Henck  ,  na  moral  mesmo  ,  não  me  perdoa , mas , eu  continuo  tentando , ainda  continuo  pedindo  perdão e  ainda  continuo  tomando  limão . Senti falta  do meu  amigo  Thebar , que não  é  e nunca foi  faraó do Egito , mas  que  é meu  faraó ,  faraó  da  Metamorfose Ambulante ,  faraó  do SPEED  BOSSA  BRASIL ,  um  irmão  escolhido , uma  vez que  parente  não  se pode  escolher  ! Falta  da Lu  , cabeção  de  bola , cabeção  de  feijão , cabeção do  meu coração , de  jogar  minhas pernas  sobre o corpo  dela  feito  um  cachorrinho . Senti  falta da  Lu , essas coisas  corroem  a  alma  da  gente , né !
Senti  falta  dos  alunos , que tanto  amo , amo  o exercício da cátedra  mesmo , verdadeira paixão , entre outras : uma paixão incomensurável  . Senti  falta  do  táxi londrino ,  com  meu amigo  Cristiano . Senti  falta  da transa  inacabada , senti falta  de  um  peido  fedorento , no exato instante que  fui  apreciar a obra  mais  linda da Natureza bem  pertinho dos meus  olhos e do meu  nariz . Simplesmente senti falta  de você , falta de você , uma enorme falta de você . Você , você , somente  de  você  . Senti falta  do  dia  que  me  apaixonei pela Yellow Hair , e do beijo do Meyer , o beijo  mais longo e gostoso que dei na minha vida . Simplesmente  ti amo e agora é  NATAL  !!!   Feliz  Natal .  Senti  falta  do  dia  em  que o André  estava chegando  e  eu  estava  brincando dentro do valo  fazendo  uma  represa .  .
 Falta  da  minha  irmã  Bel ,  falta  do Pedro quando  era apenas namorado  da minha  irmã  e saiamos pra jogar xadrez . O nego  Chico do  pandeiro , lá da Vila  Navegantes , irmão que  se  criou  comigo lá no Cantão  da  Otávio  de  Souza , gente  finíssima , e da  Saionara . Sayonara  né , ainda  em  clima  de  Natal :  yoroshiku onegai shimasu , ninguém é  perfeito .  Bah , eu então  !  
  

Samba do Holandês - QUALIDADE DIGITAL .




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A bolinha de tênis .

                                                               
A Rua Otávio de Souza era bem diferente da que temos hoje ,  não havia  asfalto . As casas , a igrejinha , a pedreirinha , todos esses elementos , faziam um cartão-postal singular daquele cantinho do mundo . Eu morava entre a rua Cachoeira , próximo  da igrejinha , que ainda era toda de madeira , de cor azul celeste . Na frente da igreja havia uma pedreirinha , era assim que era chamado aquele ponto turístico , de onde podia-se ter uma visão privilegiada de uma área verde enorme . Havia  também uma torneira pública  , onde o povo vinha buscar  água   - o povo chamava essa torneira pública de PENA -
procurei isso em dicionário e não achei nada sobre esse sentido da palavra  , e onde ,  é  claro podia-se atualizar todas as novas informações  da área : as  fofocas .

Neste cenário , mais um pouquinho abaixo , havia uma pequena lomba , onde era o palco  do jogo de taco . E é  justamente ai , que começa o episódio  de uma planejada e bem sucedida ação   de vingança . A vingança cheirosa , perfumada  , com cor ,  com  sabor  de um sarcasmo único e apoteótico .

O jogo de taco , é  feito com duplas , faz-se um pirâmide de gravetos - chamada de CASINHA  , e um buraco na frente , onde o taco deve  permanecer quando a bola estiver  em movimento . A missão da dupla que fica  atrás da casinha , é derrubá-la , enquanto o taco em movimento estiver  fora do buraco . A dupla que detém  os tacos , troca  de posição , gerando pontos , quando a bola é  arremessada na direção da casinha , pois esse é o objetivo : ou seja derrubá-la .

O jogo rolava normalmente , quando de repente surge o Alfredo, com a sua DKW , e estaciona o carro , praticamente ao lado de onde nós  estávamos jogando . Pedimos a ele se daria pra colocar o carro mais a frente e  a resposta  foi  ríspida :

- Se por acaso  essa bolinha  bater  no meu carro , vocês vão ver , hein ! Acho bom vocês pararem com esse jogo de merda .

Eu ainda insinuei : - A rua é  pública !

O filho da puta correu atrás de mim pra me dar uns cascudos , mas não conseguiu me pegar .

Todo mundo ficou com raiva do filho da puta , eu então , nem se fala . Falou mais um monte de elogios de baixo  calão e entrou no pátio da casa da namorada . Sandra , era esse o nome dela , gente boa , mas o namorado realmente estava procurando sarna pra se cagar , e se cagar mesmo .

No meio de toda essa palhaçada , percebi que ele apenas havia batido a porta do carro - a porta da DKW abria ao contrário , ou seja , a maçaneta ficava próxima do motor do carro , junto ao retrovisor , logo , dessa forma era comum entrar e jogar o corpo pra sentar .
O jogo continuou , apesar de todas as ameaças do Alfredo . Entre tacadas e tacadas , a bolinha bate no retrovisor e vai parar , justamente , dentro do pátio da casa da Sandra . E lá vem o Alfredo , que nem um dragão , soltando fogo pelas ventas , com uma faca na mão . Pegou a bolinha cheio de raiva e começou a gritar : - Olha o que vou fazer com essa bolinha de merda . Meteu a faca na bolinha e jogou-a de volta pra nós  . Ainda gritou mais : - Quero ver se não para essa merda desse jogo e se alguém achar ruim , eu meto a porrada .

Agora vem um detalhe importantíssimo : a bolinha de tênis era minha , só esse detalhe : a bolinha era minha .


Realmente o clima ficou pesado , muitos com medo , foram embora , outros ainda por ali , resmungavam que aquilo não estava  certo .

Eu olhando aquele cenário , a minha bolinha toda retalhada , clamei por uma justiça divina  , limpa : bem , nem tão limpa  e que tivesse um impacto inesquecível pro Alfredo , pra  ele  nunca mais esquecer na vida .

  
Olhei , pensei em encontrar uma maneira , uma forma original , de fazer com que aquele filho da puta nunca mais esquecesse .  Foi quando vi alguém  saindo de uma patente - olha essa patente que me refiro , não é aquela de registrar ideia ou produto 

e sim de dar uma cagada , largar um   barro , botar um charuto pra fora .

Ali , cada casa daquelas tinha uma patente , com um belo e grandioso buraco , que ficava cheio de merda , cheios de moscas gordinhas , pretinhas , azuladas , esverdeadas , um verdadeiro festival ,
com aqueles bichinhos brancos , como base de apoio logístico - os saltões - enfim , um monte de coisas que poderiam dar um brilho cheiroso , radiante , iluminado e marcante na vidinha do super Alfredo , o exterminador de bolinha de tênis , o destruidor de jogo de taco .

Peguei uma lata de tinta e um dos tacos e fui até  a  patente da minha casa e enchi a lata de merda , aquela merda bem fresquinha , molinha , cheirosa , com alguns grãos de feijão , pra dar um toque mais realístico , requintado , na minha vingança que já começava a ter um cheirinho de sucesso .

Começava a anoitecer e o silencio  estava no ar daquele cantinho do mundo . O Alfredo com certeza , já havia esquecido da festança que ele havia apro
ntado , da bolinha de tênis , ou melhor , dos restos mortais de uma ex-bolinha de tênis . Ele esqueceu ,  mas eu : NÃO .

Com aquela lata cheia de merda , e um taco , fui sorrateiramente ao lado da DKW , e abri uma das portas e dei inicio a uma das maiores obras de arte da minha vida e da minha  história neste planeta  .

Comecei pelos pedais , coloquei bastante merda nos pedais , depois na direção , nos bancos dianteiros  e  traseiros . Ficou tão bonita a obra de arte , que  faltou merda . Tive que voltar à  patente e encher outra lata de merda , e refazer todo o ritual novamente . Que delícia , pensar , e aguardar a chegada do Alfredo e ver a  cara de alegria  de  nojo e raiva , que o filho da puta iria fazer .    

 
Pra fechar com chave de ouro , fechei a porta e passei bastante merda na maçaneta , no retrovisor . Bota merda boa nisso , não via a hora de ver a merda que toda aquela merda iria dar .

Me escondi atrás de uma moita e fiquei aguardando a explosão da merda atômica , o terremoto de  merda , um furacão de merda , uma tsunami de merda e , principalmente a cara de merda do Alfredo .

E lá vem o Alfredo com a Sandra , cheio de amor pra  dar pra ela . Caminham de mãos dadas ate o portão , trocam algumas caricias , algumas palavras e o beijo final , caloroso , longo , molhado , desenhando uma paixão latente entre aqueles dois lindos pombinhos .

Ele caminha  até o carro e vai direto abrir a porta . Quando ele se da conta que esqueceu a porta aberta ,  vem ai a cheirosa e magnificente
surpresa . Aquilo deveria ser gravado , um registro visual , mas ficou na minha lembrança , na do Alfredo e da Sandra , mas que com certeza não possui o mesmo brilho  e  significado que possui pra mim .
Ao colocar a mão na  porta , e sentir aquele geleia grudada na maçaneta , o vivente começou a vomitar fogo , brasa , dinamite e clamar o nome do anjinho que teve aquela brilhante e cheirosa ideia . O homem pulava de raiva , sangue nos olhos , aquilo era mais do que raiva , pois pra cuspir fogo daquela maneira , só dragões  de contos  de fadas .

De longe , atrás da moita eu observava tudo , com uma alegria imensa , com uma satisfação de ter feito um bom trabalho , de ter dado uma boa lição , mas o melhor ainda estava por vir .   

Eles entraram e voltaram com um balde d'água , sabão , pano e escova . Enquanto lavavam a DKW , o Alfredo continuava vomitando brasa em forma de  palavrinhas de baixo calão, desejava apenas encontrar o gênio que teve aquela brilhante e cheirosa ideia . E finalmente chegaram ao fim , lavaram o  carro  todinho , ele também teve que tomar um banho , pra tirar a morrinha da merda que ficou impregnada.

Colocaram pra dentro  o material de limpeza e voltaram ao ritual de despedida . Ai , agora , que vem a parte mais bonita da festa . O Alfredo abriu a porta da DKW , e jogou o corpo no banco . Que coisa  mais linda  . Foi  ele sentir que havia sentado sobre  uma coisa molinha , cheirosa e cremosa . O cara deu um grito , um grito de Tarzan , de tanta raiva . Ai veio o efeito dominó , colocou os pés na merda , ao tentar sair , colocou as mãos  na merda , quando mais tentava sair da merda , mais merda aparecia . Que espetáculo maravilhoso , simplesmente maravilhoso .

Ele ficou todo cagado , todo cagado , o carro estava todo cagado , que coisa linda , ver aquela cena
  cheia de merda com o Alfredo sendo o protagonista . Ele não conseguia mais falar de tanta raiva , começava a faltar brasa de elogios pra sair da boca do sujeito .

Ele saiu do carro , completamente todo cagado . Lá  de trás da moita eu conseguia sentir o cheiro . Foi buscar  água , sabão , pano , escova , trocar de roupa , tomar um banho , enfim , dar uma geral em tudo .


E eu com a sensação de ter feito um bom trabalho e ter dado uma lição inesquecível no super Alfredo . Com certeza , creio que pro resto da vida , quando ele ver uma bolinha de tênis , irá pensar duas vezes antes de exterminá-la . O jogo de taco ficara para sempre na memoria  do vivente .

E a minha bolinha de tênis , foi maravilhosamente bem vingada , até  hoje tenho boas memórias daquele dia  do jogo de taco . Seco ou molhado ? Era como se escolhia as duplas pra sair jogando , apenas dando uma cuspida em um dos lados do taco . Jogava pra cima e pronto , estava iniciado o jogo .

Seco ou molhado ? Tacos , casinhas de gravetos , e uma bolinha de tênis .

Acabei descobrindo  depois  de  muito  tempo  que o Alfredo  era  gremista   ,  vejam  só  ,  ...   gremista ! 

O que não se faz por uma bolinha de tênis , né  !















domingo, 16 de dezembro de 2012

AMO SIM

Amo  sim ...
Amo uma  mulher  tão  bonita  ,  que se  parece  com uma  rosa  .
Ela  é  tão  bonita  ... que  nem  posso  tocá-la  . 
Que  nem  posso  tocar  pra ela  .
Quem  nem  posso  trai-la  ...
Pois  não a  tenho  perto  de mim  .
Ao  meu  lado  ... ao lado   da minha música ...
Ao  lado do meu  copo de  cerveja .
Ao lado  do meu  equilíbrio ... , ...
As  vezes  o  nome  dela  me  confunde
Uma  rosa  ... linda Rosa ... linda Rose 
Minha jangada  que  fica a beira  do  rio  ...
Meu burrinho  que  sempre  me  espera .
E minha  viola  é  sempre  eterna  ...
Espera  por  meus  dedos  .
Para acariciá-la  sempre ...
Sempre  com meu  amor .
Rosa  ... Rose  ... não  importa  .
Amo  sim  ...
Amo  um  amor  ... um  sabor  de  beijo  de   língua  quente 
Amo  meu   desejo  de  pegar  minha  jangada 
E atravessar o rio  ...
Levando  junto  comigo , minha  linda  mulher  amada .


If you went away . Preciso aprender a ser só . QUALIDADE 
DIGITAL .


No calvário da minha cruz

No  calvário   da  minha  cruz 


- Essa  eu  escutei  no  Lamas , um  restaurante  que  fica  na  rua  Marques  de  Abrantes , bairro do Flamengo , Rio de Janeiro ,  durante  o  duríssimo  exercício  de  ter  que  tomar  uma  água   mineral , com  gás , é  claro .

A  conversa  era  compartilhada  com  meu  amigo  e  professor Camilo Attie  . O  tema era bem  simples : homem  que  levou  um  pé na bunda  da  mulher  amada e  depois  fica  chorando  as  mágoas . Tem  alguns  que  ficam  mais  fortes , até  pra  escrever  letra  de  música , daquelas  que  faz  sair lágrima da  garganta  do  cantor .
Mostrei  uma  letra  pro  Camilo  ... e claro , entre  dois  ou  três  copos  de  água   mineral , da  boa , bem  geladinha . Engraçado , que  aquela  tinha  umas  bolinhas  e  fazia  uma  espuminha  pela  berbela  do  copo  .
O  título sugerido ,  proposto  era  DESAMOR  . O  Camilo  olhou , olhou  e olhou  novamente ,  passou  a  mão  no  cavanhaque ,  deu  uma  coçada  no  cabelo  atrás  da  nuca , olhou  pra  mim  e  disse  : 
- Esse  título é  muito  fraco , sem  apelo  emocional , tem  que  ser  algo  que faça sair  lágrima  dos  zóio da cara  do  sujeito ,  só  de  ler o  título  o cara  tem  que  sentir vontade  de correr  pro  botequim  e tomar meia  dúzia  de rabo-de-galo .
- Tenho  um  título  bom  aqui , anota  ai  :  No  calvário  da  minha   cruz  onde  sacrifiquei a  dor  do meu  doloroso  amor  .
- NO   CALVÁRIO DA MINHA  CRUZ ONDE  SACRIFIQUEI A DOR DO MEU DOLOROSO AMOR  ?
- Sim . Respondeu  ele com  aquela  risadinha  do  Muttley .
- NO  CALVÁRIO DA MINHA  CRUZ  ONDE SACRIFIQUEI A  DOR  DO MEU  DOLOROSO  AMOR .
-Chamei  o  Marconi ,  garçom  gente  finíssima  ,  e  pedi  uma  água  mineral , agora  sem gás , pra  tomar  de  saideira  .
- Olhei  pro  Camilo , com  ar de agradecimento  e  disse  prometendo :
- NO  CALVÁRIO  DA  MINHA  CRUZ  ONDE  SACRIFIQUEI A  DOR  DO MEU  DOLOROSO  AMOR . Ainda  escrevo  um  samba  contando  essa  estória  .
-  Saúde  ...
-  Saúde .


sábado, 15 de dezembro de 2012

Silhueta da Rosa .


SILHUETA DA ROSA

Há um mistério no doce perfume da rosa .

Na silhueta da sua pétala bonita ...
No vermelho do seu encanto .
No encontro do amor  ...
Com outras rosas ...  com outras águas   ...
Com outro lábio ...  com outro corpo que dança ...
Me traz cheiro de felicidade ...
Me faz sorrir feito criança .


Esse lindo facho de luz

Que invade minha  janela ...
Essa Rosa tão bonita ...
Na silhueta do seu cheiro .
Cheiro latente ... cheiro molhado ...
Que foge dos meus dedos .
Esse sabor de perfume de rosa ...
Esse brilho de amor da Rosa .
Tomando a forma da silhueta tão rosa ...
Fecho os olhos ... sinto seu cheiro .
Rosa Maria ... Maria Rosa ...
Seu calor tão lindo ... tão bonito ...
Que aperta minha mão .
Rosa deixa teu cheiro comigo ...
Dentro da minha  canção .

Um desafio ... não mudou muita coisa .


Hoje é  dia 4 de janeiro de 2009 , confesso que ainda custo a acreditar , nesta data , neste dia , neste lugar onde me encontro agora . Estou no Japão  , na cidade de Asaka , em Saitama , bem próximo  a Tokyo . Meu apartamento é pequeno , pequeno mesmo , estou eu e minha família  de instrumentos , PC , roupas , equipamento de som que acoplei ao PC , que é  o meu canal de acesso de  comunicação  com o mundo aqui . Um país  difícil  de viver , principalmente com relação  ao idioma , tanto falado quanto escrito , difícil  fazer amigos aqui . Mas mesmo assim eu tenho que seguir em frente , uma vez que neste momento eu não  tenho outra alternativa , apenas seguir em frente , desejando que este ano seja  bom , não apenas  para eu , mas para o mundo inteiro , que a energia positiva do Universo ilumine o coração  da humanidade .
O dia esta muito bonito hoje , com um sol radiante , e me vem uma vontade enorme de comprar sorvete , sentar no banquinho de qualquer parque e saboreá-lo  com amor , com carinho , com tesão  .
Estou com uma série de desafios pela frente , dei o primeiro passo , que foi mudar-me definitivamente da cidade de Sapporo, vindo pra cá , praticamente no escuro , pois alugar um apartamento via NET e com a ajuda de um terceiro , não  é  mole , mas o mais importante que foi , é  que mudei , e agora   é  bola pra frente e energia positiva .
Um desses desafios que tenho pela frente ,já começou  no dia 2 : cigarro e bebida , é  claro que um esta diretamente ligado , estimulado pelo outro , se eu não  bebo , não  fumo ... não é  fácil  , mas eu consigo vencer essa briga .
Penso que  é  absolutamente normal , num período  de mudanças ,  aniversário  , Natal , Ano Novo , enfim , esse movimento todo de pessoas , ações , reflexões  , não  fazer uma retrospectiva da minha vida , impossível  controlar esse filme que passa pela minha memória  todos os dias por aqui .
Vou dar-me um pequeno presente hoje , que será  comer um bom prato de feijão  com arroz com um bife , acompanhado de uma saladinha de alface com tomate . Vou ter que pegar dois trens para ir até  o restaurante : de Asaka até   Shibuya , depois de Shibuya  até  Gaien-Mae . De fato , não  é  minha praia essa Via Sacra , mas vou encará-la  , preciso ver  movimentos e pessoas , e hoje , na moral mesmo , degustar um bom prato de feijão  com arroz .


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ARROIO PASSO FUNDO



Mulheres e mulheres , muitas mulheres , carregando bacias e trouxas de roupas , desciam pela Rua Otávio de Souza na direção  do Zé do Mato , que era o nome de um armazém , melhor dizendo boteco , botequim , onde o Arroio Passo Fundo ( Não localizei no Google . Ficava atrás do colégio Piauí . ) fazia uma curva e se dividia passando entre muitas rochas ,que serviam como tabuas , naquele cartão-postal que era uma verdadeira lavanderia pública  .  ( Arroio Passo Fundo - localização 2 - click aqui . )

A água era limpa , cristalina , inodora , enquanto as mulheres lavavam roupas , a gurizada tomava banho no arroio , procurando apenas tomar cuidado com as XAMISHUNGAS - olha , eu já procurei essa palavra no dicionário  e não  encontrei ... já vi escrita com CH e X no meio ... deve ser coisa de subúrbio de gaúcho ... vamos lá : a CHAMIXUNGA ou a XAMISHUNGA era um bichinho parecido com  uma minhoca preta que vinha pela correnteza do arroio , e que quando grudava na pele , ou melhor dizendo , no couro do vivente , dava uma ardência ... bom , depois eu fui sacar o que era aquilo : eram células  urticantes que o bichinho tinha e tem ...  já vi alguns bichos parecidos , mas pra eu sempre vai ser XAMISHUNGA .
O Arroio Passo fundo era tão  limpo , mas tão  limpo , que tinha : lambari , cascudo e viola . A gurizada pescava com saco de linhagem , fazendo como se fosse rede , era só cutucar numa moita e colocar o saco na frente , e lá vinha o cardume : peixe fritinho na certa pro café  da tarde .
Aquele lugar era boca muito braba , pois  não  tinha a menor infraestrutura sanitária  : água  e esgoto ainda eram ficção  . Havia uma torneira pública na altura da Rua Cachoeira com a Otávio de Souza , torneira que era chamada de PENA , onde o pessoal fazia fila pra encher latões  , baldes e BARDES e carregar até  o barraco , meia-água , chalé , colocar essa água numa TALHA ou armazenar em CISTERNA ou TONEL .
Barraco , meia-água , chalé , e tinha ainda o que o povo chamava de MALOCA , que era um pessoal mais pobre ainda , que morava mais pra cima do morro . Neste quadro , em cada barraco , generalizando agora , tinha uma PATENTE . Não  estou falando de PATENTE de patentear  algum produto ou ideia , e sim da PATENTE onde se faz coco ...  a PATENTE tinha esse desenho na minha cabeça  , o lugar onde a pessoa vai dar uma cagada , vai fazer um barro ...  e aquele lugar era uma maravilha , no verão então  , com aquele montão  de PATENTE , com os buracos cheios de merda , tinha mosca de tudo quanto era espécie  : gordinha , magrinha , azul , verde , preta .
Depois de lavar muitas roupas , minha mãe as coloca numa bacia e as equilibra na cabeça  . Subimos novamente a rua Otávio de Souza , na direção da Igrejinha ( click aqui para ver . Antes era de madeira na cor azul celeste . ) , na direção  da Pedreirinha , voltando pro barraco , pro chalé , pra meia-água .
Ela pega um BULE e um saco de coar café  . Está visivelmente cansada , exausta . Com uma caneca retira água do balde ou do BARDE e coloca na chaleira . O carvão  , o querosene , o bule , o saco de café  . Vai levar alguns bons minutos pra brasa ficar no ponto pra fazer um cafezinho no fogareiro de carvão  .




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O beijo da minha canção


O beijo da minha   canção .


Não escutas mais a minha voz
Pois não a tenho mais ...
O brilho do carinho dos teus olhos .
O vento leva minha  canção ate você ...
Leva um pouco do carinho que ficou comigo .
...  com todo meu carinho ...
Um pouco do amor que não se acaba ...
Um pouco de uma lágrima no meu rosto.
O vento leva minha canção ate você ...
Leva o gosto do teu beijo molhado.
Que ficou na minha boca ... 
O gemido do sexo que ficou nas minhas pernas .
Banho-a delicadamente feito criança ...
Não escutas mais minha voz .

Pois deixaste escapar teu amor ...
O vento leva minha canção ate você .
Soprando teus cabelos ... tocando todo teu corpo ...